sábado, 15 de agosto de 2015

Restaurante do Enildo, em São Miguel dos Milagres

Em abril estivemos na paradisíaca Praia do Toque, em São Miguel dos Milagres, litoral de Alagoas. Ficamos hospedados na maravilhosa Pousada do Caju, uma semana da mais absoluta paz, tranquilidade e conforto.

Mas neste post não vou falar sobre São Miguel dos Milagres, nem sobre a pousada, mas sim sobre um pequeno bar/restaurante de praia que conhecemos ali na praia vizinha de Porto da Rua, o Restaurante do Enildo.

Há pouquíssimas opções de bar ou restaurante na região, por isso as pousadas funcionam no sistema meia pensão, ou seja, café da manhã e jantar. O Enildo é uma opção para quando você quer sair um pouco da pousada, beber cerveja num lugar diferente e comer um petisco ou almoçar. O Restaurante do Enildo fica há cerca de 20 minutos de caminhada da Pousada do Caju, onde estávamos hospedados. Não é longe, mas uma caminhada pela praia sob o sol de Alagoas pode se tornar um tanto longa e árdua, eu caminhava com uma toalha enrolada na cabeça, além do boné, cobrindo a cabeça, o pescoço, os ombros e parte do rosto, como um nômade.

O restaurante é muito aprazível, de frente para o mar, com mesas na areia, na varanda e dentro do restaurante; lá dentro é bem arejado e lá fora tem bastante sombra. O atendimento é muito bom, muita gentileza, aliás como é padrão no Nordeste. O Enildo está sempre por lá, a esposa dele fica na cozinha e o filho coordena o atendimento. 

Eu já tinha comido lagosta ou lagostim em vários outros lugares e confesso que nunca tinha achado nada demais. No Enildo mudei minha opinião. Porção de lagostim grelhado no alho e óleo, sem a casca, somente a carne, extremamente saboroso. A diferença é exatamente a casca, os restaurantes sempre servem a lagosta grelhada com casca para ficar mais bonito, afinal chama a atenção de todo mundo ver aquela calda de lagosta no prato, o restaurante inteiro olha. Porém, a lagosta grelhada com casca não fica saborosa, a parte de dentro fica totalmente sem sabor.

Já a lagosta grelhada sem casca não chama muito a atenção de quem olha, mas fica absolutamente deliciosa, perfeitamente dourada, com aquele cheirinho de alho, uma coisa divina.

O preço é excelente, R$ 60,00 a porção com 5 filés de lagostins e ainda acompanha macaxeira, bastante macaxeira. A cerveja bohemia de 600 ml custa R$ 7,00. Também comemos caldinho de peixe e de camarão, ambos deliciosos e bem barato, não me lembro bem, mas acho que era R$ 3,00. No último dia comemos um prato de camarão, que também estava excelente.

O restaurante já apareceu em alguns programas de televisão, nós nem sabíamos disso

Ficamos uma semana na praia do toque e fomos 3 vezes no bar do Enildo. Quem viajar para São Miguel dos Milagres não pode deixar de conhecer!

segunda-feira, 4 de maio de 2015

O dilema do ponto da carne

Eu adoro carne vermelha, pode ser picanha, fraldinha, baby bife, filé mignon, bife de chorizo, ancho, não importa, todos os cortes são deliciosos desde que a carne seja de boa qualidade e desde que...esteja ao ponto. Sim, carne ao ponto, algo difícil de encontrar em restaurantes brasileiros, infelizmente.

Opinião não se discute e cada um pode gostar de comer a carne do jeito que achar melhor, porém, o ponto correto da carne é um só, seja aqui ou seja em qualquer lugar do mundo, a carne ao ponto é rosada por dentro, macia e suculenta. Se estiver marrom por dentro e sem soltar nenhum caldo é porque passou do ponto; se estiver vermelha e molenga está mal passada. Isso é algo que não cabe discussão.


Carne mal passada é assim:




Carne ao ponto é assim:




Carne bem passada é assim:



O grande problema está no fato de que a maioria das pessoas que gostam de carne bem passada, ou seja, fora do ponto, acham que a carne ao ponto é mal passada e reclamam. Eu já vi mais de uma vez em restaurantes especializados, a carne ser servida perfeitamente ao ponto, rosada, escorrendo sulco e a pessoa mandar voltar sob a alegação de que está mal passada. 

Este tipo de conduta dos clientes, extremamente comum no Brasil, fez com que os restaurantes se habituassem em servir sempre a carne ao ponto mais (levemente bem passada) ou totalmente bem passada, com o intuito de evitar reclamações. O curioso é que os restaurantes sempre perguntam qual o ponto da carne na hora de anotar o pedido, mas quase nunca servem no ponto. Apenas em restaurantes mais requintados é possível saborear um bom corte alto ao ponto, mas ainda assim não é sempre.

E no churrascão no fim de semana...sempre tem um chato pra reclamar que a carne está mal passada, quando ela está perfeitamente assada. Este chato totalmente desprovido de cultura carnívora, que infelizmente é figura carimbada em qualquer churrasco, não tem a menor ideia de como é difícil acertar o ponto da carne, sim é bem difícil, basta se distrair dois minutos para encher um copo de cerveja, ouvir uma piada, espremer um limão...e já era, a carne passou do ponto, aquela carne que você pagou caro e preparou com tanto cuidado agora está ressecada e dura, do jeito que o chato sem noção e sem cultura vai adorar. No transcorrer do churrasco, conforme o nível etílico do churrasqueiro vai aumentando a tarefa vai se tornando ainda mais difícil. E quando você finalmente acerta o ponto perfeitamente, tira aquela picanha tenra, macia, suculenta, vem um infeliz e diz que está crua, a vontade é pegar a cabeça do sujeito e enfiar na brasa pra ver se o cérebro bem passado funciona melhor.

Não é exagero dizer que comer carne ao ponto é questão de cultura, sim é cultura, assim como apreciar um bom vinho, ouvir uma boa música e apreciar uma obra de arte. 

É verdade também que estamos evoluindo, há uns 20 ou 30 anos atrás, churrasco para nós, pelo menos em São Paulo, era bife sola de sapato no pão com vinagrete, isso era chamado de churrasco. A evolução nas últimas duas décadas foi muito acelerada neste aspecto, o pão com bife foi deixado de lado e dificilmente é visto zanzando em qualquer churrasco, mas a ideia da carne bem passada ainda está impregnada na cabeça de muita gente, para infelicidade dos verdadeiros apreciadores de carne.

Tenho certeza que sempre existirão pessoas que gostam da carne bem passada, ressecada e dura, afinal gosto é gosto, e muita gente tem mal gosto. Mas o que eu espero é que um dia estas pessoas entendam que elas são a exceção, que existe um ponto correto para a carne, um padrão de qualidade mundialmente conhecido, e se o sujeito prefere comer além do ponto, ele que coma, mas que não encha o saco do churrasqueiro ou do chef de cozinha.







segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Restaurante Bonanza Grill, em Campos do Jordão

Para fazer jus ao nome do blog, começarei a falar também sobre restaurantes, afinal comer é um enorme prazer e os restaurantes que visitamos durante as viagens sem dúvida acabam marcando a viagem. É muito comum relacionarmos determinado local que visitamos, com determinada comida ou restaurante que lá conhecemos, viagem e gastronomia caminham lado a lado.

Quando eu e a Fabiane vamos a um restaurante, não vamos apenas para comer, vamos para passar momentos agradáveis, ter uma experiência diferente ou simplesmente beber e bater papo. Por isso, não costumamos ter qualquer pressa em pedir a comida, nem com o tempo de preparo da comida, assim como também não nos importamos muito com filas de espera, desde que possamos bebericar enquanto esperamos com um mínimo de conforto. Algo que não consigo entender são essas pessoas que sentam no restaurante e já pedem a comida, comem em meia hora e vão embora para casa, mas enfim...cada um é cada um.

Fiz esta introdução, pois este restaurante que vou comentar é exatamente um destes lugares que te proporcionam muito mais do que uma refeição, mas sim uma experiência completa. Este restaurante é o Bonanza Grill, em Campos do Jordão/SP, especializado em carnes (cortes argentinos).

Trata-se de um restaurante novo, aberto há aproximadamente seis meses, que descobri através do Tripadvisor, durante nossa última estada em Campos, em janeiro deste ano.

O principal diferencial é sem dúvida sua localização. Situado em um local bem afastado da cidade, alto, com uma maravilhosa vista das montanhas e vales. Fica na estrada do Hotel Resort Toriba, depois do Toriba, do pesqueiro de trutas e da Fazenda Lenz. A estradinha é tranquila, dá para chegar lá sem problemas e embora seja afastado da cidade, não é tão longe em termos de quilometragem.

O restaurante é pequeno, o que proporciona um atendimento especial; o terreno onde ele fica já é bem alto, mas o restaurante propriamente dito foi construído em um elevado, além de ser todo aberto, possibilitando que que os clientes possam apreciar a vista, inclusive têm um uns binóculos pendurados.

Estas fotos foram tiradas lá.




Também não posso deixar de comentar sobre a trilha sonora, que é totalmente adequada, melhor impossível, música country americana, em perfeita harmonia com o estilo do lugar.

Pedimos um vinho muito bom, porém achei a carta de vinhos muito restrita, não há nenhum vinho por menos de R$ 60,00, o que considero um erro em qualquer restaurante, entendo que todo restaurante precisa ter pelo menos um ou dois vinhos por menos por menos de R$ 50,00. Também bebi uma caipirinha de amora, colhida na propriedade, que com certeza foi uma das melhores caipirinhas que já bebi, e olha que eu gosto mesmo de caipirinha de limão, não tolero muito essas caipirinhas de outras frutas, mas aquela de amora realmente é deliciosa.

O cardápio tem bem poucas opções, se não me engano quando fomos tinha umas 3 opções de carne apenas. Eu pedi um ojo de bife, a Fabiane pediu um filet mignon, ambas estavam ótimas, carne macia, ao ponto, suculenta. Conversando com a dona, ela disse que eles servem alguns outros tipos de carne, como fraldinha, mas que naquela ocasião estavam sem.

Os pratos custavam uns R$ 60,00/ R$ 65,00, com direito a dois acompanhamentos, aliás os acompanhamentos que pedimos também estavam ótimos. Comemos muito bem, com fartura, saímos bem satisfeitos, nem pedimos sobremesa.

De entrada pedimos uma porçãozinha de linguiça, simples, básico, nada demais.

Para quem não gosta muito de carne, mas não quer perder o passeio, eles também tem umas opções de massas.

O restaurante não aceita cartão. A proprietária, muito simpática e gentil, disse que poderíamos fazer uma transferência, mas eu tinha cheque.

Não abre para jantar, obviamente em razão da localização, somente para almoço. O dia que fomos estava tranquilo, mas acho que na alta temporada vai ficar lotado, provavelmente terão que atender apenas com reserva, pois o restaurante é pequeno e está ficando famoso, já está em primeiro lugar no Tripadvisor.

Com relação ao custo/benefício, entendo que o local vale muito a pena. Sem dúvida é um almoço caro, mas como eu disse no início é muito mais do que uma simples refeição, é um passeio diferente e muito agradável para quem está em Campos do Jordão, além disso quem conhece a cidade sabe que o preço dos restaurantes por lá é realmente exorbitante, Campos do Jordão é uma das cidades mais caras que já conheci para se comer e beber.

Bom, é isso aí, quem estiver em Campos do Jordão pode ir no Bonanza, que não vai se decepcionar.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Vale a pena fazer um Cruzeiro Marítimo?

Nós já fizemos três cruzeiros marítimos e certamente faremos outros, portanto nem preciso dizer que gostamos de viajar de navio e acho que vale muito a pena. Viajamos duas vezes com a Royal Caribbean, pelo Caribe, e uma vez pela MSC, no Brasil, este o mais recente, no Natal de 2014.

Mas é comum ver pessoas torcendo o nariz quando dizemos que vamos fazer um cruzeiro. Muita gente que nunca fez um cruzeiro tem uma idéia ruim e pré-definida sobre o assunto. Há também muitas reclamações na internet de pessoas que tiveram problemas ou não gostaram do Cruzeiro.

Mas afinal, de tudo o que se lê e escuta por aí, o que é verdade e o que é mito? 

Em geral, se você gosta de Resorts; se você gosta de sol, praia e piscina; se você gosta de passar suas férias relaxando numa espreguiçadeira bebendo cerveja e drinks coloridos; se você gosta de conforto; se você gosta de comida farta; gosta de belas paisagens; neste caso é muito provável que você vai adorar fazer um Cruzeiro.


Cozumel - México

Ilhéus - BA

Ilha Grande - RJ


Curaçau


Comparando com um Resort, o Cruzeiro é consideravelmente mais barato e te proporciona a opção de conhecer cada dia um local diferente, além de ter mais opções de lazer e entretenimento. Em contrapartida, o lado ruim do Cruzeiro  é que você está o tempo todo rodeado por um monte de gente, seja na piscina, seja no restaurante, ou em qualquer outro lugar do navio, viajar de Cruzeiro é mais ou menos como viajar em alta temporada, você terá dificuldade para conseguir uma espreguiçadeira, vai esperar um pouco para ser atendido no bar, pode ter dificuldade para achar uma mesa no almoço...em suma, você só tem privacidade na sua cabine.

Eu particularmente, acho muito legal todo o luxo e sofisticação que existe nos navios, é um mundo diferente, tudo muito bonito e grandioso, não há como não se impressionar com os salões, com as escadarias, os lustres, os quadros, o cassino, os bares, restaurantes, etc. O tamanho do navio, por si só, já é algo que impressiona muito.


Cassino do Grandeur Of The Seas






Oasis Of The Seas

Umas das piscinas do Oasis

Uma das Piscinas do MSC Preziosa

MSC Preziosa


A noite no navio é muito legal, cada dia tem um espetáculo diferente no teatro, música ao vivo nos diversos bares do navio, festas, boate, sem falar no cassino que é diversão garantida para quem gosta. 

De noite você vê as pessoas se vestirem nas formas mais variadas, mulheres com vestidos longos de gala, outras com vestidos curtíssimos; homens de terno e gravata, outros de bermuda e camiseta (meu caso). Essa mistura acaba sendo engraçada. Por exemplo, as vezes você está indo da piscina para o quarto, molhado, em traje de banho segurando uma toalha, e cruza no elevador com alguém vestindo roupa social a caminho do salão de jantar, isso é muito comum nos cruzeiros que saem dos Estados Unidos, onde o primeiro horário de jantar é bem cedo.

Além disso, o cruzeiro possibilita que você conheça diversos lugares numa única viagem, pois a cada dia você amanhece em um novo destino. É verdade que você conhece os destinos de forma muito superficial, em geral faz uma excursão, ou vai a uma praia, ou faz uma espécie de city tour, mas se for considerar que provavelmente você jamais conheceria aquele destino se não fosse pela viagem de cruzeiro, chega a conclusão que vale a pena. Ademais, serve como uma amostra do lugar, se você gosta muito de um determinado destino, este pode ser o local da sua próxima viagem.

Muito se fala sobre a falta de educação das pessoas, em especial nos cruzeiros dentro do Brasil. Eu vejo isso como um preconceito imbecil, é o sujo falando do mal lavado. Em um navio com cerca de 3 mil passageiros certamente terão pessoas mal educadas, em qualquer lugar do mundo, no Brasil não é diferente. Mas a maioria esmagadora das pessoas são educadas.

Também não vimos nenhum problema com relação a limpeza das áreas comuns do navio, nos três cruzeiros que fizemos. A limpeza e arrumação da cabine também é ótima.

O medo de enjoar também é um fator que deixa muito gente longe dos cruzeiros. Nos três cruzeiros que fizemos não enjoamos e não vimos pessoas com este problema. Eu sou o tipo de pessoa que enjoa no mar, pois gosto de pescar e enjoei todas as vezes que fui pescar em alto mar, mas nos cruzeiros realmente não tive esse problema. Mas isto não significa que o navio não balance, ele balança sim, especialmente na costa brasileira. Quando viajamos pelo Caribe o balanço era bem leve, as vezes imperceptível, mas na costa brasileira balançou bastante, em uma noite eu estava deitado na cama tentando dormir e a sensação que eu tinha era que estava no barco Vicking do Playcenter.

De qualquer forma, não recomendo que alguém deixe de fazer um cruzeiro por medo de enjoar, exceto se for aquele tipo de pessoa que enjoa até quando viaja de carro, ou se sofre de labirintite severa ou algo do gênero,

A qualidade da comida varia de cada companhia. Na Royal nós ficamos muito satisfeitos, os jantares eram sempre especiais, opções sofisticadas, possibilitando experiências gustativas diferentes e muito satisfatórias; já na MSC nos decepcionamos, especialmente com o jantar, nada de especial. Em todos os cruzeiros a alimentação é incluída, sendo que o café da manhã e almoço funcionam em sistema de buffet, com diversas estações de comida espalhadas pelo restaurante, bastante variedade; já o jantar é a la carte, com opções de escolha de entrada, prato principal e sobremesa. Fora isso, os navios possuem algumas opções de restaurantes pagos a parte. Uma coisa é certa, você vai voltar uns quilos mais gordo.

A qualidade das bebidas é muito boa, os drinks são muito bem feitos, pelo menos nas duas companhias que viajamos foi assim. As bebidas são caras, especialmente porque tudo no navio é cobrado em dólar, um chopp por exemplo custa cerca de U$ 5,00, um coquetel custa em média U$ 8,00.

Atualmente quase todas as companhias estão vendendo pacotes de bebidas all inclusive. Vale a pena para quem bebe muito, que é o meu caso, se eu não tenho o pacote de bebidas me sinto restringido, fico fazendo conta a cada cerveja que bebo e minha diversão acaba limitada, é a velha história "quem converte não se diverte", por isso prefiro estar com tudo pago e beber a vontade, mesmo que isso acabe ocasionando alguns exageros rsrs.

A minha conclusão é que o Cruzeiro Marítimo é sim uma ótima opção de viagem, com excelente custo/benefício.

Porém, é fato inequívoco que a sua experiência será muito afetada pela companhia escolhida, existe sim diferenças no atendimento, na qualidade da comida, qualidade dos espetáculos, etc. Posso dizer sem dúvida que a Royal Caribbean é superior a MSC, especialmente nos quesitos alimentação e atendimento, o que não significa que a MSC seja de toda ruim. Em breve farei posts detalhando nossas experiências com as duas companhias.





sábado, 17 de janeiro de 2015

Pousada Teto do Cafundó, em São Francisco Xavier

No post anterior falei sobre São Francisco Xavier e suas belezas. Hoje vou falar sobre uma pousada muito especial que proporciona sem dúvida o melhor da hospedagem em SFX, quiçá de toda a Serra da Mantiqueira, esta pousada chama-se Teto do Cafundó.

Eu adoro a Serra da Mantiqueira, o ar puro, o clima, a tranquilidade, as cachoeiras, etc. Entretanto, as pousadas por lá em geral são bem caras e muitas vezes não cumprem aquilo que prometem, você cria uma expectativa que no final não é atendida, você sente que pagou gato por lebre. 

Em maio do ano passado nós resolvemos passar o feriado do Dia do Trabalho em Monte Verde, e tudo foi ótimo com exceção de alguns contratempos bem desagradáveis ocorridos na Pousada Ricanto Amore Mio, em especial com o proprietário da mesma, fato que relatarei em outra oportunidade. Depois de ter me decepcionado com a pousada Vila de Santa Bárbara em SFX, como relatei no post anterior, esta nova decepção com a pousada em Monte Verde foi para mim a gota dágua, até porque não pagamos nada barato por ambas.

Voltei de Monte Verde decidido a encontrar na internet a melhor pousada da Serra da Mantiqueira, queria um lugar onde não tivéssemos nenhum tipo de problema, onde tudo funcionasse perfeitamente, onde não houvesse nenhum tipo de frustração e finalmente nossas expectativas fossem supridas. 

Foi com este pensamento que comecei a pesquisar pousadas através do Tripadvisor e encontrei a pousada Teto do Cafundó, em SFX, primeira colocada no Tripadvisor e com todas as avaliações excelentes, algo que me chamou muito a atenção; todos os comentários diziam maravilhas da pousada. Fiz nossa reserva para agosto/14, com três meses de antecedência.

Bom, o nome não é atoa, para chegar na pousada você sobe, sobe e quando pensa que chegou, sobe mais um pouco.

Chegamos lá numa quinta-feira a noite, para ficar até domingo. Ao chegar, logo após estacionar o carro, fomos transportados em um carrinho elétrico (tipo carrinho de golf) até o nosso chalé; é uma descida bem íngreme do estacionamento até o chalé, portanto o carrinho ajuda muito, ainda mais por ser de noite.

A pousada é apenas para casal, não aceita crianças, possui apenas 5 chalés, todos eles muito amplos, cada um com sua própria decoração e detalhes, todos com muito requinte e conforto, com hidro gigante ou ofurô, e o principal, todos possuem um grande deck de madeira com uma vista fantástica das montanhas.





Nosso chalé era o Águas de Março, que possui este nome por ficar próximo a um riachinho e portanto é possível ouvir o barulho da água dia e noite, muito agradável. Além disso, entre todos eles é o que proporciona maior privacidade, pois ele é o último, não tem mais nada depois, sendo assim você pode deixar tudo aberto e ficar absolutamente a vontade no Deck ou na hidro contemplando as montanhas, com uma agradabilíssima sensação de isolamento na natureza, que é exatamente o que eu procurava.






O banheiro é gigante e muito bonito, a hidro tem vista total para as montanhas. O quarto também é perfeitamente decorado, cama king, roupa de cama excelente, lareira, som e extremamente arejado, você pode abrir totalmente as portas em frente a cama e também ao lado da cama, possibilitando a entrada de muita luz e ar fresco, além de poder contemplar a natureza deitado da própria cama.






Além disso ainda há uma sala, com sofá bem confortável, TV com sky, DVD, frigobar, muitas revistas a disposição e mantinhas.

Para a primeira noite eu havia reservado a Adega. É um serviço oferecido pela pousada, onde servem uma deliciosa e farta tábua de frios, acompanhada pelo vinho pré-selecionado, dentro de uma adega de pedra, apenas para o casal. Não é barato, mas confesso que quando vi a tábua de frios me surpreendi positivamente, tinham coisas excelentes e em grande quantidade e variedade, dava para umas 6 pessoas comerem. O ambiente da adega é muito gostoso e romântico, ficamos lá absolutamente sozinhos, com total privacidade.

O café da manhã é servido a qualquer hora do dia, na hora que o hóspede acordar. Não é em sistema de buffet, tudo é servido na mesa e inclui sucos especiais, frutas, pratos quentes, pães, enfim, é um excelente café da manhã e servido de uma forma muito especial. A cada dia muda o que é servido no café da manhã, ou seja, você tem uma surpresa a cada dia. É importante dizer que o proprietário, Renato, é chefe de cozinha e portanto é o responsável pelas refeições, tudo é muito bem feito, começando pela aparência dos pratos.



O Renato me enviou um e-mail previamente perguntando sobre alimentos que não gostamos ou não podemos comer, assim, o café da manhã é preparado especialmente para cada hóspede, não há risco de se deparar com algo que você não gosta.

Eles também servem jantar, com pratos a la carte, comida muito boa, excelente. No entanto, acho que vale mais a pena ir jantar na cidade, não pela qualidade da comida, mas para conhecer outros restaurantes como o Pangéa Bar e a Pizzaria Cabocla, que citei no post anterior, ambos muito bons. Há ainda um outro restaurante muito bem avaliado em SFX, chama-se João de Barro, ainda não tivemos a oportunidade de comer lá, mas falam muito bem, chegamos a entrar para conhecer, o ambiente é sem simples e agradável.

Na sexta-feira de manhã, aproveitamos para conhecer os outros chalés, já que ainda estavam desocupados. Nós estávamos olhando pelo lado de fora, tentando enxergar dentro deles, quando uma funcionário percebeu e fez questão de abrir os chalés para conhecermos, achamos isso de muito simpatia.

O casal de proprietários, Renato e Tati, prestam um excelente atendimento, bem como todos os funcionários, sempre com muita simpatia e gentileza. Ele mais introvertido, porém muito gentil; ela mais extrovertida e sempre pronta para um bom papo.

Uma coisa muito legal, é que têm centenas de revistas de todos os tipos espalhadas por toda a pousada, inclusive no chalé, nunca li tanta revista na minha vida.

Há um outro detalhe que também me chamou a atenção. Geralmente em todos os hotéis ou pousadas há um regulamento dentro do quarto com trocentas coisas que o hóspede não pode fazer, dizendo que se fizer tal coisa será cobrado isso ou aquilo, como se o hóspede fosse criança ou algum tipo de delinquente, o que eu acho de extremo mal gosto. No Teto do Cafundó não tem isso, não há nenhum regulamento estúpido, o hóspede fica totalmente a vontade, sem frescuras ou proibições cretinas.

Eu recomendo a pousada para todo mundo que quer relaxar, desestressar, curtir o "nadismo", como eles mesmo dizem. 

O preço é alto, mas pode acreditar que vale a pena a experiência. O pacote de final de semana está R$ 1.380,00 na baixa temporada e R$ 1.500,00 na alta (maio a agosto), por casal.


Uma coisa eu garanto, quem se permite desfrutar de alguns dias de relaxamento em um local como este não precisa de antidepressivos, calmantes ou qualquer outro tipo de controlador de mentes.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

São Francisco Xavier - Um Refúgio na Serra da Mantiqueira

Quando se fala em viajar para a Serra da Mantiqueira a maioria das pessoas pensa logo em Campos do Jordão ou Monte Verde, porém existem outras opções maravilhosas na região, menores, menos famosas, menos badaladas e consequentemente muito mais tranquilas, ideias para quem quer apenas relaxar, se aconchegar, respirar o ar puro da montanha, beber um bom vinho e exercitar a arte de não fazer nada.

Uma destas opções é São francisco Xavier, cravado em meio as montanhas e vales da Mantiqueira, um lugar realmente maravilhoso para quem gosta de natureza e paz, longe do burburinho, um verdadeiro refúgio para quem quer descansar a mente e o corpo.






Conhecemos São Francisco Xavier em julho de 2007, foi nossa primeira viagem para a região da Serra da Mantiqueira, ficamos absolutamente encantados com a cidade e desde então retornamos mais duas vezes para lá. Este ano pretendemos voltar pela quarta vez.

SFX é bem pequena, aquela típica cidadezinha do interior (tecnicamente não é cidade, mas sim um distrito de São José dos Campos), com uma praça, duas igrejas e alguns poucos comércios. Não é indicada para quem gosta de bater perna na cidade, mas sim para quem quer curtir o descanso na pousada escolhida.

Chegar lá não é difícil, são cerca de 3 horas de São Paulo, seguindo direto pela Dutra ou Airton Senna até São José dos Campos;  o chato é que precisa passar por dentro de São José dos Campos e lá se perde um bom tempo, depois segue por uma estradinha cerca de 40 km, a estradinha é bem conservada. 

Quais as opções de lazer em SFX?

Com certeza a melhor opção de passeio são as caminhadas, a maioria das pousadas têm trilhas na propriedade ou ao redor dela, são trilhas bem seguras e tranquilas mas que exigem um mínimo de condicionamento, considerando que estamos falando de caminhar em morros. Durante as caminhadas, você passa por várias clareiras, onde pode aproveitar para parar, descansar, respirar e contemplar toda a beleza dos vales, absolutamente sozinhos, sem ninguém ao seu redor, a sensação de paz é muito grande.





Além disso, há água para todo lado em SFX, diversos riachos e quedas d´águas, que tornam a paisagem ainda mais perfeita.





Não gosta de caminhar? Não tem problema, apenas relaxe na sua pousada.

Evidentemente a vida noturna em SFX não é muito animada rsrs, mas ainda assim há um barzinho muito legal chamado Pangéa, quando fomos lá tinha música ao vivo no quintal do bar, um cantor com um excelente repertório de rock nacional e internacional; cerveja bem gelada e bom preço; comidinhas deliciosas. Realmente um lugar muito bom.

Também recomendo a Pizzaria Cabocla, ambiente muito legal, os casais ficam em um aconchegante deck envidraçado ao lado da mata, com mesas a luz de velas, cadeiras com cobertor; do lado de dentro também é bonito e mais quentinho, pois tem uma lareira acesa no centro. As bebidas possuem um preço justo, inclusive vinhos; há opções legais de cachaças para caipirinha. A pizza tem preço semelhante às pizzarias de SP, servida na pedra, é gostosa, massa um pouco fina demais para mim, mas isso é questão de gosto, além disso a vantagem é que eles tem pizzas de 6 pedaços, o que é ótimo para casal.

Com relação a hospedagem, ao meu ver SFX tem algumas das melhores opções de hospedagem na Serra da Mantiqueira, como a inigualável Teto do Cafundó  http://tetodocafundo.com.br/, melhor pousada que já estive até hoje (em breve farei um post sobre ela), além da Chapéu de Palha www.chapeudepalha.com.br/, que ainda não conhecemos mas é no mesmo estilo da anterior e também está muito bem avaliada no Tripadvisor .

A primeira vez que fomos para lá, em 2007, ficamos numa pousada mais simples, chama Vale das Flores www.pousadavaledasflores.com/, recebemos por lá um atendimento excepcional do casal de proprietários, ficamos encantados com a cordialidade. A pousada possuía cerca de 10 chalés, simples, sem luxo, mas confortáveis; uma piscina sem aquecimento, cercada por grama. O nosso passatempo era ficar deitado no gramado da piscina, observando as montanhas verdinhas bem em frente, onde algumas vacas pastavam, num terreno totalmente íngreme, desafiando as leis da gravidade; o proprietário comentou que de vez em quando uma vaquinha rolava montanha abaixo rsrsrs.

Da pousada saía uma trilha, que possibilitava uma caminhada extremamente agradável; ao final, uma cachoeira geladíssima, para literalmente lavar a alma. Como vocês podem ver nas fotos acima, eu nunca perco a oportunidade de entrar numa cachoeira, por mais frio que esteja e por mais gelada que seja a água. Me sinto renovado e limpo. 

Enfim, esta pousada era uma excelente opção econômica de hospedagem em SFX, ótimo custo/benefício. Eu digo era porque me informaram que a pousada fechou, eu não sei se é verdade, pois o site continua ativo, espero que esteja funcionando.





A segunda vez em SFX foi em set/2013, na pousada Vila de Santa Bárbara www.vilasantabarbara.com.br/.  A pousada é muito agradável; café da manhã servido num deck com bela vista e muitos pássaros ao redor. Na propriedade tem uma trilha bem legal, com cachoeiras no caminho, realmente muito bonito o lugar. Atendimento muito gentil e simpático.

Todavia, o lado negativo ficou por conta do chalé, não fazia jus ao preço que pagamos, em todos os aspectos, incluindo cama, roupa de cama, travesseiros, decoração, etc. Fora isso, tivemos problemas com o aquecedor, assim que chegamos na sexta-feira de noite fui tomar banho e a água não esquentava, tive que sair no frio e chamar o proprietário para dar um jeito, ou seja, aquela coisa desagradável que prejudica a experiência, e logo na chegada. Mas o pior foi a hidro, não dava para usar pois saía água suja de terra, problema este que acabou sendo corrigido somente no sábado a noite. Fiquei mais irritado ainda quando fiz meu relato no tripadvisor, fiel aos acontecimentos, e o proprietário respondeu de forma ríspida. Concluindo, a pousada está localizada em um lugar privilegiado, mas não vale o preço que se paga.

Eu acho o cúmulo o sujeito ter uma pousada, supostamente de charme, com pouquíssimos chalés, cobrar bem caro, e não se dar ao trabalho de conferir se tudo está funcionando perfeitamente antes da chegada do hóspede.

A nossa terceira vez em SFX foi em ago/14, ficamos no Teto do Cafundó e foi absolutamente perfeito, mas isso requer um post específico. As quatro primeiras fotos lá em cima foram tiradas da pousada.

Enfim...quem gosta de viajar para a montanha precisa conhecer São Francisco Xavier e quem nunca viajou para a montanha não sabe o que está perdendo. Na minha opinião a melhor estação do ano para viajar para regiões serranas é o outono, durante o dia faz sol e calor, céu super azul e de noite friozinho ou friozão dependendo da sua sorte, além do céu estrelado.




Início

Estou dando início a este blog, que terá como objetivo principal compartilhar com os leitores minhas experiências com viagens e restaurantes, especialmente restaurantes que visitei durante minhas viagens.

Sempre tive o hábito de postar dicas a relatos sobre viagens e restaurantes em diversos sites e blogs especializados, o que sempre fiz com prazer, até porque eu também busco muitas dicas na internet quando estou organizando uma viagem. 

Agora penso que chegou a hora de ter meu próprio espaço.

Vou compartilhar dicas sobre os locais que visitei, dar minha avaliação sobre os hotéis, sobre as atrações e sobre os restaurantes.

Viajando na companhia da minha esposa há mais de 10 anos, pude conhecer destinos maravilhosos e em cada destino pude saborear deliciosas refeições. Mas ainda é só o começo, há muito ainda para conhecer e saborear.

Espero que os leitores apreciem este blog e quem sabe possa ajudá-los na programação de suas próximas férias.